Será que chegou a hora do fim do SEO?
Será que chegou a hora de decretar o fim do SEO? Inúmeros artigos surgiram recentemente declarando a morte do SEO, como decorrência das mudanças implementadas pelo Google, das novas tecnologias e de novos hábitos das pessoas. Mas antes de expressarmos nossas condolências convém analisar os fatos, para fugirmos do alarmismo e modismo.
Para aqueles que não estão familiarizados, SEO significa a otimização das páginas do site para ser reconhecida pelos mecanismos de busca, e aparecer nas primeiras posições toda vez que alguém procura no Google, Bing, etc., por palavras ou expressões relacionadas ao seu negócio, sem, contudo, precisar pagar por essa posição de destaque. Esse espaço “grátis” é também conhecido também conhecido como busca orgânica.
Nos últimos anos essa tem sido uma prática extremamente eficaz para atrair novos clientes e gerar vendas ou exposição de marca, e todo profissional de marketing se acostumou a ouvir sobre SEO e alocar suas verbas. Algo que verdadeiramente revolucionou o mercado publicitário estaria perto do retrocesso, ao decretarem o fim do SEO?
Antes de dizer se chegou a hora do fim do SEO, três pontos importantes precisam ser compreendidos: (1) A forma como o mecanismo (Google) aprende; (2) O espaço cada vez mais limitado que o Google dedica aos resultados da busca orgânica; (3) O crescimento dos aparelhos mobile com mecanismos de reconhecimento de voz.
Vamos lá!
(1) O impacto do mecanismo de aprendizagem do Google na pesquisa orgânica
Vamos começar com o mecanismo de aprendizagem e a inteligência artificial, e como elas funcionam para impactar o ranking do Google (e consequentemente o SEO). Para isso, temos citar o Hummingbird e a linguagem natural.
Hummingbird – para aqueles não tão familiarizados – é o nome dado ao algoritmo do Google para entender uma conversa. Seu objetivo principal é permitir que o Google entenda as ideias e a junção de ideias por trás das palavras, buscando permitir que o usuário tenha uma experiência simples e intuitiva.
Para seguirmos adiante, basta entender que a inteligência artificial e o mecanismo de aprendizagem do Google, combinados com a habilidade de compreender e interpretar a linguagem da conversa torna possível que a informação seja coletada, compreendida e apresentada a quem realiza uma busca de diferentes maneiras. Essas diferentes maneiras variam segundo o pesquisador (quem está pesquisando), o dispositivo que ele está usando (celular, tablete ou desktops) e o assunto da conversa.
(2) A Diminuição do Espaço Orgânico no Google
As significativas mudanças no espaço da tela destinado aos resultados de pesquisa orgânica, na primeira página do Google, são visíveis a todos; agora há:
- 4 anúncios no topo: em fevereiro de 2016, aumento para 4 anúncios pagos (Google AdWords) na parte superior da tela. Isso empurrou os anúncios orgânicos (objetivo principal do SEO) para baixo.
- Redução do número de anúncios orgânicos nas primeiras páginas: o número de resultados de pesquisa orgânica tradicional caiu na média de 10 para 8,5, uma redução em torno de 15%.
- 1 resultado pago para 2 resultados orgânicos: Entre junho e agosto de 2016 houve mais uma mudança significativa, resultando na exibição de um resultado pago, juntamente com dois resultados orgânicos. Isso atingiu também os aparelhos celulares, com um resultado pago sendo exibido no topo.
- Mais carrossel: Alternando ligeiramente os resultados a cada pesquisa (ou seja, a cada diferente pesquisa novos resultados aparecerão) há uma maior chance que o usuário volte à página de busca e pesquise novamente, o que permite uma maior exposição dos anunciantes que se utilizam do AdWords. Algo que também atende totalmente o objetivo comercial da ferramenta.
Assim, ao exibirem diferentes resultados pagos, aliada à maior quantidade de exibição do Google Shopping, fica evidente a tendência do Google em criar um layout na página de resultados que minimize o impacto de resultados orgânicos.
Resumidamente, o Google concentra esforços em fornecer todas as informações que um pesquisador pode querer acessar, enquanto minimiza o impacto das pesquisas orgânicas e favorece os cliques pagos.
(3) O crescimento dos aparelhos mobile com mecanismos de reconhecimento de voz.
A evolução dos dispositivos móveis que usamos para acessar a internet é incontestável, vejam: em outubro de 2016, o numero de usuários que acessa a internet a partir de um dispositivo móvel (celulares e tablets) superou aqueles que acessam a partir de um desktop.
Assim, em outubro de 2016 o Google anunciou sua guinada em direção ao chamado “mobile first”, pelos celulares serem a preferência dos usuários. Isso tem grande importância, pois qualquer um que já tenha feito uma pesquisa a partir do celular sabe que raramente há resultados orgânicos.
Mas não é só isso; as pesquisas por voz também vem crescendo assustadoramente, veja alguns dados:
- Pessoas com menos de 24 anos são 33% mais propensos a usar a pesquisa por voz em público.
- 70% das pessoas dizem usar a pesquisa por voz porque é rápido e menos de 20% não a usam.
- 70% das pessoas usam pesquisa por voz para evitar a digitação.
- Mais de 60% das pessoas querem mais resultados via pesquisa por voz, para evitarem ter que visitar uma página da web.
Sintetizando, a busca por voz está se tornando mais fácil, mais comum, mais intuitiva e mais eficaz. Quem pesquisa algo no Google acredita que suas perguntas podem ser bem respondidas com uma pesquisa de voz e, sem dúvida, acham bem mais fácil do que digitar. Seu uso só tende a aumentar.
Isso não significa o fim dos teclados – até porque há ambientes em que é socialmente inaceitável fazer uma pesquisa por voz – mas o ganho de popularidade da pesquisa por voz é algo inquestionável.
Voice First
A maior mudança, contudo, parece vir dos chamados assistentes pessoais e do crescimento dos dispositivos “voice-first”, como o Google Home e o Amazon Echo. Esses aparelhos recebem comandos baseados em voz e fornecem respostas de áudio. Desde lhe dizer a previsão do tempo, ouvir sua música favorita, ou até pedir uma pizza; há uma infinidade de informações e funções que podem ser oferecidas com simples pedido de voz.
Consegue imaginar o impacto disso tudo, antes de decretar o fim do SEO? Ao pensamos que o resultado orgânico já foi empurrado para baixo pelo Google AdWords, imagine se não houver nem a exposição nos 10 primeiros resultados.
Estudos estimam que haja 33 milhões de dispositivos “voice-first” em circulação no final de 2017, com a previsão que equipem todos os telefones com Android 6.0. Essa rápida adoção e o formato dos assistentes pessoais da comunicação, nos possibilitarão executar desde simples consultas no telefone, até realizarmos interagir de forma mais complexa com outros sistemas a partir de conversas (e não de escritas).
Nesse formato não existe uma lista dos 10 primeiros resultados do Google; na verdade não há nem um primeiro resultado que possamos escolher (ou clicar), há só uma melhor resposta oferecida pelo dispositivo.
O que muda no SEO?
A junção dos três conceitos – os mecanismos de aprendizagem, o espaço orgânico limitado e as mudanças nos dispositivos de pesquisa de voz – mostram um horizonte mais claro para compreendemos o impacto nas pesquisas orgânicas, na forma como conhecemos hoje. Algo ainda bem distante de se decretar o fim do SEO.
É importante entendermos que essas mudanças vêm não apenas do algoritmo (aquele que ouvimos falar a toda hora), mas na forma como as pessoas interagem com seus dispositivos. Muitas consultas realizadas talvez nunca acabem por conduzir ao nosso site
É importante entendermos que essas mudanças vêm não apenas do algoritmo (que estamos todos acostumados), mas na forma como as pessoas interagem com seus dispositivos. Para muitas consultas não seremos vistos pelos olhos dos usuários e talvez esses nunca cheguem ao nosso site.
A resposta para continuarmos a extrair bons resultados para nossos negócios a partir do SEO parece (continuar a) ser a oferta de conteúdos que respondam às duvidas dos usuários, ou forneçam dicas e informações importantes. O melhor exemplo disso são as Q&A (perguntas e respostas), pois o Google sempre vai precisar ter respostas às perguntas. Só isso permitirá que tenhamos a mínima chance de sermos visto, mesmo se estiverem usando a busca por voz.
A batalha pelos espaços nobres do Google será cada vez mais feroz, mas aqueles com as melhores imagens, melhores críticas/ reputação, melhores preços e melhores informações serão os vencedores.
No final, SEO não está morto, mas será diferente do que se faz hoje; o campo de batalha não será mais os “10 primeiros” e, para muitas consultas, talvez nem haja um resultado visual, mas o vencedor terá muitíssimo mais leads qualificados e conversão.
Esse estudo completo foi adaptado do original de Dave Davies, para o Search Engine Journal.
Já há alguns anos, a WSI criou uma metodologia chamada de Adaptative SEO, capaz de se adequar a essas mudanças e fornecer resultados consistentes, pensando exatamente que o fim do SEO não está próximo. Se quiser conhecer mais, é só entrar em contato.